Zeca Guimarães > A dor de Tancredo
Outros blogs complementares poderão ser editados.
Antonio Scorza > começou a fotografar no jornal Última Hora. Passou pelo Jornal do Commercio e O Fluminense, voltou para o UH e fundou a Fotossíntese, primeira agência cooperativada. Depois foi para O Globo, mas foi convidado para a agência France Presse em 1986. Na AFP desde o começo do seu serviço fotográfico, foi durante 10 anos seu único fotógrafo no Brasil. A partir daí, ampliou a atuação da France Presse no Brasil e, com a contratação de 3 outros fotógrafos aumentou a produção de fotos. Em 24 anos de carreira, sua maior preocupação é mostrar outros aspectos do país, além de futebol, violência e samba. Recebeu três prêmios em 2000: Melhor Fotógrafo de Esporte do Ano, pelo COI; A Foto do Ano, pela NPPA; e Menção Honrosa na categoria Natureza e Entretenimento (World Press Photo). Sua preferência é por seqüências fotográficas que "traduzam" a política.
A foto chegou a entrar no jornal, mas saiu em preto e branco, mal impressa, quase desapercebida numa página interna do caderno de cotidiano. A Folha parece não ter dado muita atenção a essa foto. Mas lembro que recebi alguns fax e telefonemas de jornalistas conceituados elogiando minha foto.
No dia seguinte encontrei um amigo fotógrafo na rua. Quando me perguntou como eu estava, comecei a chorar ainda engasgada com a violência do que tinha presenciado. Tinha sido uma semana de fotos barra-pesada.
Na semana seguinte uma das revistas semanais, não sei se a Veja ou a IstoÉ deu bem a foto numa matéria sobre a violência urbana carioca.
A foto foi indicada ao prêmio Esso 1994 e acabei levando a menção honrosa.
Quando o fotógrafo da Magnum Josef Koudelka veio ao Brasil, viu essa foto numa exposição em São Paulo e depois no Rio, veio falar comigo sobre ela. Adorei, ele é um dos meus fotógrafos preferidos.
Essa é a história da minha foto. Para mim ela é importante por tudo isso e por mostrar a crueza da violência urbana da minha cidade com uma imagem tão violenta e delicada ao mesmo tempo.
Luciana Whitaker > começou a trabalhar para jornal no New York Newsday em 1988. De volta ao Brasil trabalhou por oito anos na Folha de S. Paulo, seis deles como editora da sucursal do Rio de Janeiro, cobrindo de viagens internacionais com o presidente ao tráfico de drogas nas favelas. De 1996 a 2004 morou com esquimós no extremo norte do Alasca, documentando a cultura e a tradicional caça de baleias. Hoje em dia Luciana vive entre o Rio e o Alasca, fotografando para veículos jornalísticos como Folha de S. Paulo, Reuters, Isto É, Anchorage Daily News, o governo esquimó em Barrow, Alasca e agências de arquivo como Olhar e Pulsar Imagens. Está produzindo um livro editado pela Ediouro e um documentário sobre sua vida com os esquimós.
Foto de Masao Goto Filho, Copa do Mundo nos EUA, 1994, para O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde e Agência Estado. Câmera Nikon F4 – lente 24 mm – automático – flash TTL.
Por acaso cobri a Copa seguinte, na França, e entendi que, se o Brasil fosse campeão, a imagem feita nos EUA já não teria o mesmo valor pois já haveria outra, mais recente. Afinal, apesar de ser um registro importante, a foto de 1994 nunca foi um ícone. Fazendo uma comparação, a foto de Reginaldo Manente na Copa da Espanha, em 1982, com um menino chorando a derrota do Brasil para a Itália é muito mais conhecida e, essa sim, um ícone. O porquê deve estar ligado à nossa emoção e afetividade: talvez seja melhor nos lembrarmos dos jogos com Zico, Sócrates e Falcão do que os com Mauro Silva, Dunga e Romário.
Masao Goto Filho > Trabalhei como freelancer no Rio até me mudar para São Paulo, em 1988, para ser fotógrafo da Folha de S. Paulo. Depois trabalhei para o Estado de S. Paulo durante a restruturação da Agência Estado e no primeiro ano e meio da revista Época. Após sete anos como freelancer, fui ser editor do Diário do Comércio, de onde saí para fundar o e-SIM, escritório de fotografia que aponta prioritariamente para o jornalismo em sua produção.